segunda-feira, 6 de junho de 2016

DISCALCULIA


DISCALCULIA, SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTO

discalculia é um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.
Crianças portadoras de discalculia são incapazes de identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.
Ladislav Kosc descreveu seis tipos de discalculia: a discalculia léxica, discalculia verbal, discalculia gráfica, discalculia operacional, discalculia practognóstica e discalculia ideognóstica.
  • Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
  • Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;
  • Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
  • Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos;
  • Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens;
  • Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.
Para que o professor consiga detectar a discalculia em seu aluno é imprescindível que ele esteja atento à trajetória da aprendizagem desse aluno, principalmente quando ele apresentar símbolos matemáticos malformados, demonstrar incapacidade de operar com quantidades numéricas, não reconhecer os sinais das operações, apresentar dificuldades na leitura de números e não conseguir localizar espacialmente a multiplicação e a divisão. Caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da criança, que com medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem adota comportamentos inadequados, tornando-se agressiva, apática ou desinteressada.
O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança estuda. Geralmente os professores desenvolvem atividades específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma.

MORAES, Paula Louredo. "Discalculia, sintomas, causas e tratamento"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/doencas/discalculia.htm>. Acesso em 06 de junho de 2016.




Um discalcúlico apresenta:
       Lentidão extrema na realização das atividades aritméticas;
       Dificuldades de orientação espacial;
      Dificuldades para lidar com operações matemáticas (adição, divisão, subtração, multiplicação);
      Dificuldade de memória de curto e longo prazo; 
      Dificuldades em seguir ordens  ou informações simultaneamente;
Problemas com a coordenação motora fina, ampla e perceptivo-tátil;
Dificuldades em armazenar informações;
Confusões com símbolos matemáticos;
Dificuldades para entender o vocabulário que define operações matemáticas;
Dificuldades com a sequenciação numérica (antecessor/sucessor);
Problemas relativos à Dislexia (processamento de linguagem);
Incapacidade para montar operações;
Ausência de problemas fonológicos;
Dificuldades em estabelecer correspondência quantitativa (ex: relacionar números de carteiras com números de aluno);
Dificuldades em relacionar grafemas matemáticos às respectivas quantidades;
Dificuldades em relacionar grafemas matemáticos ao seus símbolos auditivos;
Dificuldades com a contagem através de cardinais e ordinais;
Problemas em visualizar um conjunto dentro de um conjunto maior;
Dificuldades com a conservação de quantidades (ex: 1 lt é o mesmo que 4 copos de 250 ml); Dificuldades com princípios de medida. 
O sujeito discalcúlico pode não apresentar todos estes fatores, mas a maioria com certeza se caracterizará, e é possível, também, que ele apresente outros novos, pois cada indivíduo é único e traz consigo histórias de vida diferentes. Outro aspecto a se levar em conta é que alguns discalcúlicos têm o seu raciocínio lógico intacto, porém têm extrema dificuldade em lidar com números, símbolos e fórmulas matemáticas. Outros, de acordo com Sacramento (2008 np), serão completamente capazes de solucionar representações simbólicas como 3+4=7, mas incapazes de resolver "João tinha três reais e ganhou mais quatro. Quantos reais ele tem ao todo?".  

ADAPTAÇÕES AO DISCALCÚLICO
Seguindo orientações da Associação Brasileira de Discalculia - ABD(apud SILVA, 2008, p.26) segue algumas possibilidades de ajuda:
1.    Permitir o uso de calculadora;
2.    Adotar o uso de caderno quadriculado;
3.    Não estipular tempo nas provas, reduzir o número de questões (sendo estas claras e objetivas) e permitir o acompanhamento de um tutor para certificar que o aluno entendeu os enunciados;
4.    Evitar avaliações orais;
5.    Reduzir deveres de casa;
6.    Ministrar algumas aulas livres de erros para que o indivíduo conheça o sucesso;
7.    É importante ter em mente que para os discalcúlicos nada é óbvio;
8.    Não descarte a possibilidade de se trabalhar com uma equipe multidisciplinar, em destaque o Psicopedagogo que trabalhará a autoestima, valorizando as atividades desenvolvidas pelo sujeito e descobrindo seu processo de aprendizagem e os instrumentos que auxiliarão no aprendizado;
9.    Optar por jogos para trabalhar seriação, classificação, psicomotricidade, habilidades espaciais e contagem;
10. Deixar o aluno saber que o professor está ali para ajudá-lo e nunca para desestimulá-lo com atitudes e palavras que destaquem suas dificuldades. 
11. Para um auxílio melhor é necessário que pessoas ligadas ao sujeito e dispostas a ajudá-lo levem em consideração sua história de vida, seus conhecimentos informais, condições sociológicas, psicológicas e culturais (PCNEF BRASIL, 1998 apud SILVA, 2008, p. 28).


COMO TRATAR E AUXILIAR O DISCALCÚLICOS.
Por ser um transtorno  psiconeurológico, de ordem congênita ou adquirida, seus sintomas, apesar de contornáveis, serão sempre uma  constante. O tratamento, portanto, terá a característica de um treinamento que visa amenizar os sintomas, corrigir os fatores contribuintes e resgatar a autoestima do paciente para que este tenha uma melhor qualidade de vida e autonomia para elaborar estratégias que viabilizem seu sucesso em tarefas que, outrora, lhe eram praticamente impossíveis de realizar. A recuperação de um discalcúlico é geralmente bem-sucedida quando aplicada passo a passo, respeitando o nível em que cada paciente se encontra e avançando gradativamente de acordo com seu ritmo. Cawley e Vitello (1972, apud GALLAGHER e KIRK, 1999) desenvolveram um modelo para o ensino da matemática onde há a interação aluno-professor dentro de uma unidade conceitual utilizando estilos de aprendizagem e fatores que a influenciam fazendo do aprendiz um operante. Contemporaneamente, Cawley e Goodstein (1972, apud GALLAGHER e KIRK, 1999) desenvolveram materiais que implementam o ensino e treinamento da matemática. Estes são chamados, segundo Gallagher (1999), de "o sistema de Cawley e Goodstein e os materiais de Montessori".
O ensino da matemática se trata de construir estruturas básicas de interação, classificação, correspondências, grupos etc., ou seja, o saber matemática vai além de ensinar cálculos (LIMA, 2000, apud SILVA, 2008). Como o lúdico é considerado um promotor de aprendizagem e construção de saber, também é visto como um mecanismo psicológico e pedagógico que contribui para o desenvolvimento mental e como um aliado na aquisição de estruturas psiconeurológicas essenciais para a cognição.
As atividades lúdicas devem ser valorizadas por que delas é possível desenvolver estratégias para a solução de problemas. Para os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) os jogos
[...] constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo interativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução de problemas e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações
[...] podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes - enfrentar desafios, lançar-se a busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição, da criação de estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é satisfatório necessárias para a aprendizagem da Matemática (BRASIL, 1998, p. 46-47 apud SILVA, 2008, p. 29).
É notável a importância dada a "situações-problemas" que promovem estratégias criativas de resolução. Dante (1989, apud SILVA, 2008) apresenta um modelo de resolução de problemas por quatro etapas onde é preciso:
1.    Compreender o problema (análise do enunciado);
2.    Elaborar um plano (organizar os dados e se basear em experiências anteriores);
3.    Executar o plano elaborado (experimentar o plano);
4.    Examinar a solução encontrada (checar os resultados). 

Jogos como o Tangram, Trimu, Matix, Palitos,entre outros são sugestões de atividades promotoras de situações-problemas que podem ser utilizadas no tratamento clínico, pedagógico e na interação familiar do discalcúlico.





http://professorahelo.blogspot.com.br/2012/04/discalculia-diagnostico-e-intervencao.html


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